Olá leitores do blog! Estamos em pleno clima de Carnaval:
bloquinhos na rua, trios elétricos na avenida, desfiles de escolas de samba,
frevo e por aí vai. E nesta mistura de cores, cheiros, sons e muita alegria, as
pessoas se encontram, divertem-se, pulam, dançam..Mas existem aqueles ou
aquelas que não estão contaminados por este espírito de paz e alegria.
São aqueles que tentam beijar a mulher à força atrás do trio
elétrico, as mãos bobas que percorrem o corpo da mulher como se fossem um mapa
mundi, puxam o cabelo ou a agarram pelo braço, insiste em ficar com a mina, de
qualquer jeito, e às vezes a agredi pela recusa.
Gente, antes mais nada, quero deixar bem claro uma coisa:
isto não faz parte da festa de jeito nenhum. Você tem direito de ir e vir para
onde for e como for e sua integridade física e psicológica deve ser respeitada.
Você não fez nada e absolutamente nada para merecer o assédio. Estamos
entendidas?
Então vamos colocar aqui as práticas mais comuns de assédio
no carnaval:
1.
As abordagens machistas:
São aqueles que, literalmente,
tratam a mulher como se fosse um pedaço de carne. Chama a mulher de
“gostosa”,”Delícia” e outros adjetivos que não me vem a cabeça agora. Ou então
pega a mulher à força para beijar ou mesmo transar( isto é estupro,ok?), chega
perto da mulher de forma intimidatória ou a põe em um “ círculo de amigos” para
que todos possam usar a abusar da menina, fica irritado e chega a agredir as
mulheres que não cedem as cantadas ou investidas do machão de plantão, enfim,
todo tipo de prática que não respeite o espaço, o tempo e o corpo da mulher.
Para você, homem ou mulher, digo
que qualquer relacionamento se constrói através de trocas consentidas das
partes e requer tempo, diálogo ou mesmo uma troca de olhares e, principalmente,
respeito ao outro seja de forma física ou psicológica. Mesmo que seja para
conseguir um beijo de Carnaval.
2.
O respeito à mulher na hora dos amassos:
A temperatura dos amassos estão
aumentando mas você, mulher, por qualquer que seja motivo, não quer que o sexo
role. E aí o cara ,em sua sanha autoritária e machista, força tudo e não escuta
a sua vontade. Nesta hora, é interessante lembrar que sexo sem consentimento é
estupro.
Ou então aqueles casos em que o
homem se aproveita da mulher desacordada para fazer sexo...
Mais uma vez: respeito à vontade
da mulher é tudo nesta hora.
3.
O falta de uso proposital da camisinha:
Em meio a tanta abordagem
violenta, esta é mais uma. Pois é. Além de tenta forçar a barra para conseguir
alguma coisa, alguns homens querem transar sem camisinha. Ou fingem que estão
usando para continuar a investida sexual.
E isto, muito possivelmente, é
oriundo de pensamentos machistas tais como:” É obrigação da mulher se
proteger.”;” Não uso camisinha de jeito nenhum.”;” Transar com camisinha é a
mesma coisa que chupar bala com papel” e por aí vai.
4.
Não é não!
Não puxe o cabelo da mulher, não
tente beijo forçado, não a agrida quando não aceita as investidas, não forçe o
sexo, não intimide, enfim, o não de uma mulher não é um talvez ou um joguinho
de sedução. Com exceção de poucas mulheres, muitas se sentem invadidas,
agredidas, incomodadas e, no mínimo, acabam com a festa de muitas quando todos
os limites estabelecidos pelo não da mulher são desrespeitadas.
Bom, falei tudo isso. Mas e aí o
que faço caso seja uma vítima de assédio no Carnaval? Vamos lá:
.Ligue 180 – Violência contra a
Mulher
É um serviço especializado de
atendimento de casos de violência contra a mulher e funciona 24 horas. Os
atendimentos são feitos por mulheres que darão orientações para os casos
relatados.
Também cabe relatar uma
iniciativa bastante interessada feita pela revista AZMina que traz algumas
dicas para mulheres no Carnaval:
1. Interceda de alguma maneira quando reconhece um
assédio
2. Mulheres, façam um protesto nas situações de assédio.
3. Ajude outras mulheres que possam ser tornar
vítimas de violência sexual
Abaixo trago o vídeo da campanha muito
instrutiva em ritmo de Carnaval:
Espero que tenha ajudado você, foliã,
folião. Um ótimo Carnaval!
Karine David Andrade Santos
Psicóloga CRP-19/2460
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