Olá meus queridxs! Tudo
bem? Você passou ou está em algum relacionamento amoroso ou não em que, aparentemente,
não há nada que te motive a reclamar e até considera funcional mas que, por
motivos inexplicáveis, sente que está ou foi sufocada, cercada ou mesmo tolhida
em sua forma de ser? Então, é bem provável que esteja vivenciando um
relacionamento abusivo.
Mas, afinal de contas, o
que causa isto em um relacionamento desta natureza? Pois bem, hoje irei
conversar com você sobre a principal característica de uma pessoa abusiva ou
violenta em uma relação: o controle. Isto mesmo. É justamente este o ponto de partida e a base
que dinamizam uma relação abusiva. Isto quer dizer que as hábeis manipulações,
os eventuais insultos e alterações de humor, bem como outros tipos que diminuem
sua autoconfiança, visam justamente te controlar.
Você
sente que há algo errado. No entanto, o seu parceiro tenta te convencer do
contrário e assim, minimiza seus sentimentos ou te ataca. Ele vai tentar te
mostrar que os seus sentimentos estão errados, ou pode falar que você está
confusa ou equivocada ou, (este é um clássico) te chama de louca e insana. Além
disso, a pessoa abusiva pode fazer uso de argumentos lógicos e isto fará com
que você duvide de seus próprios sentimentos e, até mesmo, sinta culpa pelo que
está sentindo.
Com isso, você tenta, de
maneira desesperada, justificar seus sentimentos, sua forma de ser, suas
experiências, suas escolhas, seu estilo de vida, seus amigos, sua família...tudo
isto porque uma pessoa abusiva não permite que você tenha direito a sua própria
experiência como ser humano e o principal artifício para te controlar é não te
validar em nada.
E por que estas pessoas
fazem isso? Vamos lá. Antes de mais nada, um abusador ou abusadora percebe como
uma ameaça qualquer poder que você tenha. Seja autoconfiança, autoestima,
realização profissional, seus próprios pensamentos desvinculados dos deles,
sentimentos, enfim, qualquer forma de expressão que o (a) afaste do poder sobre
você. Como esta pessoa precisa estar no poder o tempo todo, qualquer movimento
que coloque em xeque esta posição deve ser eliminando ou reduzido.
Então como é que esta
pessoa faz para ter esta sensação de que está sempre no poder? Bom, o principal
meio é o monitoramento seja durante a relação ou mesmo, após o término ou
afastamento. Se ele (ela) não souber onde você está, o que pensa, sente, com
quem está interagindo, enfim, qualquer coisa relativa a sua vida, ele (ela) se
desespera pois, teme perder o poder se não souber o que está acontecendo.
De
certa forma, ele (ela) projeta sua maneira de ser enganosa em você e assim,
assume uma postura de incutir a culpa de todas formas de controle exercidas sobre você.
Bom. Mas será que uma conversa
aberta e franca com a pessoa sobre o que
está acontecendo pode resolver estes conflitos? Não trago boas notícias.
Como uma pessoa está bastante apegada a questão do poder e controle em um
relacionamento, possivelmente, ele(ela) não estará disponível para cooperar ou
discutir seus sentimentos para os conflitos se resolvam. Até porque, para uma
pessoa abusiva, seus sentimentos não importam. Para que ocorra cooperação,
apoio e compreensão em qualquer relacionamento, é necessário que você se sinta
segura para abrir e expressar seus sentimentos e isto só irá ocorrer se a outra
parte estiver disponível e/ou realmente interessados em acolhê-lo de maneira
franca e aberta.
E aí chegamos em um ponto
fundamental de relações abusivas: a falta de intimidade. Ela acontece devido a
ocultação de seus verdadeiros sentimentos pois, como estratégia de sobreviver a
um relacionamento desta natureza, você passa a compartilhar sentimentos, desejos
e pensamentos que a pessoa abusiva deseja ouvir.
Enfim, este é o final
deste nosso rápido bate-papo. Agradeço por disponibilizar um pouco do seu tempo
para ler este breve texto e espero que as questões trazidas aqui te ajudem de
alguma maneira.
Se você conhece alguém
que está passando por algo parecido, compartilhe.;)
Até a próxima semana!

Karine David Andrade Santos
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| Psicóloga CRP-19/2460, Psicodramatista e Mestre em Psicologia (UFS)
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| endereço: Praça Tobias Barreto 510 Centro Médico Odontológico Sala 1210
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