Olá
meus queridxs leitores! Tudo bem? Hoje começamos mais uma semana com o nosso já
conhecido bate-papo sobre relacionamentos abusivos. E dando sequência ao que
foi discutido no texto anterior, falarei hoje, mais uma vez, sobre as
características das parceiras e dos parceiros que costumam adentrar e
permanecer em um relacionamento abusivo.
Vamos
começar pelas pessoas muito empáticas em relações abusivas. Uma das armadilhas
para uma pessoa muita empática é a atração pelo sofrimento alheio. E é
justamente isso que muitas mulheres ou homens adentram em relacionamentos
abusivos uma vez que as pessoas abusivas costumam adotar o papel de vítima das
circunstâncias da vida, pois não assumem a responsabilidade pelas suas ações.
E, com isso, devido a esta capacidade destas pessoas se colocarem no lugar no
lugar e, até mesmo, sentir a dor do outro, então, as pessoas muito empáticas
são presas fáceis para pessoas abusivas.
E
assim, à medida que a relação demonstra sinais de abuso, você se coloca no
papel de amar o outro de tal maneira, que isto será o suficiente para curá-lo e
minimizar as situações desagradáveis.
No entanto, este intento será ilusório e
não resultará em nenhum benefício para a relação, pois, por mais que você se esforce,
seja amável, empática, gentil e ofereça apoio incondicional, nada disso será o suficiente
para satisfazer as necessidades do seu par.
Além
das pessoas altamente empáticas, as pessoas abusivas costumam escolher pares
que evitam conflitos. Afinal, diante das investidas agressivas, nada melhor do
que uma pessoa pacífica, que não faça muito barulho e “aceite” a relação tal
como ela é.
Estas pessoas que evitam conflitos, normalmente, não gostam de
permanecer em um clima desarmônico na relação e sentem-se desconfortáveis
quando alguém fica bravo com elas.
Para
identificar algumas pistas desta característica em você, responda aos seguintes
questionamentos (extraídos do livro “Relações Destrutivas” de Averyl Neal):
- Você esconde ou suprime seus sentimentos para evitar conflitos com o parceiro?
- Você não dá ouvidos aos sentimentos para não ter que encarar problemas?
- Você sempre tenta adaptar o que dizer ao seu parceiro para obter a melhor resposta possível dele?
- Você teme a desaprovação dos outros e evita isto a todo custo?
- Você se abala facilmente ou tem uma reação visceral quando alguém fica bravo com você?
- Você se culpa quando alguém se mostra contrariado com você?
Além
destas características, com o desenrolar do relacionamento abusivo, não é
incomum que se desenvolva uma codependência. E o que seria isso? É um estado
psicológico e comportamental que se desenvolve como fruto da exposição de uma
pessoa a um conjunto de regras opressivas, bem como do seu exercício por longo
tempo.
São regras que criam obstáculos para a expressão aberta de sentimentos e
discussão direta de problemas pessoais e interpessoais. Trata-se de uma
característica muito comum encontrada em pessoas que se relaciona com
alcoólatras e dependentes químicos. Mas que se desenvolve, facilmente, em
relacionamentos abusivos.
E
por que? Como as regras opressivas são a tônica deste tipo de relação então,
você desenvolve estratégias para tentar sobreviver a esta relação da melhor
maneira possível. E, assim, entra na codependência ao permitir que o outro
determine como você deve se sentir e se comportar.
Você se perde no outro e não
sabe mais quem é quem na relação. Além disso, listo algumas questões que são
bem comuns nos estados codependentes:
- Você deixa de levar em consideração seus desejos e necessidades;
- Minimizar o comportamento abusivo do seu parceiro;
- Começa a mentir para proteger as escolhas do seu par;
- Acredita que não é capaz de cuidar de si mesmo sozinha (o);
- Sente culpa por sentir raiva;
- Cria uma expectativa de que o parceiro a preencha completamente;
- Tem tolerância por comportamentos e atitudes que não toleraria antes.
Observe
que são atitudes e comportamentos de pessoas que estão incorporadas ao outro
literalmente. E, muitas vezes, não é fácil sair sozinho (a) desta situação. É
necessária a ajuda de um profissional especializado. Por isso, busque este apoio
e não se deixe para depois!
Se
você conhece alguém que está passando por isso, compartilhe este texto! ;)
E
por hoje é só! Até a próxima!
Karine David Andrade Santos
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| Psicóloga CRP-19/2460, Psicodramatista, Doutoranda e Mestre em Psicologia (UFS)
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| endereço: Praça Tobias Barreto 510 Centro Médico Odontológico Sala 1210
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